Продолжаем выкладывать события ночи фаду, состоявшейся 24/02/2014 в Кафе Лузу. Часть четвертая. Замечательный Криштиану де Соуза (Cristiano de Sousa) поет фаду O Cacilheiro. Прекрасные стихи Ари душ Сантуша великолепно передают картину поездки в поезде через Тежу. А музыка Паулу де Карвальо погружает нас в атмосферу поездки….
O CACILHEIRO
Letra: Ary dos Santos
Música: Paulo de Carvalho
Repertório: Carlos do Carmo
Lá vai no mar da palha o cacilheiro
Comboio de lisboa sobre a água
Cacilhas e Seixal, Montijo mais Barreiro
Pouco Tejo, pouco Tejo e muita mágoa
Na ponte passam carros e turistas
Iguais a todos que há no mundo inteiro
Mas, embora mais caras, a ponte não tem vistas
Como as dos peitoris do cacilheiro
Leva namorados, marujos, soldados e trabalhadores
E parte dum cais que cheira a jornais, morangos e flores
Regressa contente, levou muita gente e nunca se cansa
Parece um barquinho lançado no Tejo por uma criança
Num carreirinho aberto pela espuma
Lá vai o cacilheiro, Tejo à solta
E as ruas de lisboa, sem ter pressa nenhuma
Tiraram um bilhete de ida e volta
Alfama, Madragoa, Bairro Alto
Tu cá-tu lá num barco de brincar
Metade de lisboa à espera do asfalto
E já meia saudade a navegar
Se um dia o cacilheiro for embora
Fica mais triste o coração da água
E o povo de lisboa dirá, como quem chora
Pouco Tejo, pouco Tejo e muita mágoa